Hoje gostaria de falar um pouco sobre mim. Nem sempre sou ou fui bem compreendida. Talvez porque eu seja uma pessoa fora dos padrões convencionais, ou aceitáveis para conviver em uma sociedade que prioriza a diplomacia, o sorriso velado, o tratamento cordial até para aqueles que não "engolimos", o uso das máscaras conforme a situação exija e tantas outras formas de ser "considerada apta" a conviver com as pessoas. Eu sou o que sou, quer gostem ou não, quer aceitem ou não. Obviamente que por causa deste meu modo de ser, pago um preço. E o preço é o isolamento, poucos amigos fiéis, a incompreensão e por aí vai. Muitos dirão: " é um problema clínico". Ledo engano. Meus problemas clínicos não causam demência, loucura, falta de inteligência, discernimento, e não afetam as minhas opções de escolhas e livre arbítrio. Sou teimosa? É uma questão de ponto de vista. Brigo pelo que acredito, luto pelas injustiças, defendo o certo e o justo, detesto mentiras e hipocrisia. Se sei que estou certa vou defender a minha ideia até o fim. Se estiver errada vou admitir o meu erro e arcar com as consequências. Não gosto de ser mandada, manipulada, colocada contra a parede, pressionada e principalmente usada. Posso sim, dependendo da pessoa, por respeito e consideração, me calar. Mas isto não significa que concordei ou aceitei. Deixar de falar o que penso, sinto, ou aquilo que está engasgado e gritando para sair, faz com que eu me sinta e fique realmente doente. Tenho a consciência de que os problemas da vida estão e estarão sempre presentes. E temos que aprender a superá-los e passar por eles da melhor maneira que conseguirmos. Mas simplesmente fazer de conta que eles não existem não ajuda em nada. Ao contrário, criam outra série de problemas. Problemas esses "internos". Aqueles que ficam batendo dentro do nosso peito, ativos em nosso cérebro o tempo todo, sem descanso. Alguns dizem que não sou pessoa fácil de conviver. Pode ser. Ou talvez até concorde com isto, não deve ser fácil mesmo conviver com uma pessoa que muitas vezes é sincera "demais", ou que mostra no olhar o que sente. Mas para contradizer tudo isto que escrevi até agora, também sei ser autêntica, divertida, falar coisas inteligentes, ser carinhosa com quem merece, tenho um bom coração, procuro "ouvir" aqueles que precisam falar, ajudo sempre quem precisa (dentro das minhas condições)...Olhando o texto todo, verão que parece haver mais pontos negativos (se pensarmos pelo convencional), que positivos. Mas aí entramos em uma outra questão, que escrevi dias atrás: " as maneiras e formas de olhar, ver e enxergar". Eu sou tudo isso e talvez muito mais. Algumas coisas mais em evidência e outras um pouco menos. Mas em resumo, eu sei o que sou e quem eu sou. Claro, que provavelmente deixei de escrever muitos detalhes, pois como a vida me ensinou, não se entrega o peixe pronto.
Rosane